Internacional - Japão: pastor fala do medo e mobilização de Igrejas
Com exclusividade, site Creio conversou com o pastor Victor Pinheiro, da Comunidade Evangélica Vida Abundante, no Japão.
Nascido no Brasil, Pinheiro estudou jornalismo nos EUA e atualmente prega em Nihon, cidade próxima as mais atingidas pelo terremoto. Segundo ele, voluntários tem colhido doações de alimentos, materiais de higiene e roupas dentro do Templo. “Todos os lugares para arrecadação são voluntários, como igrejas e pontos na comunidade brasileira. As prefeituras e outras entidades governamentais não estão recebendo nenhum donativo a não ser recursos financeiros, ou seja, dinheiro para compra de alimentos” relata. Entre os maiores obstáculos, escassez, falta de recursos para locomoção até as áreas atingidas e, claro, o medo foram citados. Confira na íntegra:
CREIO: Como foi à mobilização após o primeiro terremoto. Ninguém esperava um tremor tão forte, como as pessoas, autoridades, governos, igrejas se mobilizaram nesse primeiro momento?
- Tivemos um terremoto aqui em Agosto de 2009 que foi muito pior, mas curto, esse foi 35 segundos de acordo com as autoridades e pareceu uma eternidade, mas não foi muito forte aqui na nossa região. A primeira mobilização não foi uma mobilização e sim um choque de ver as cenas pela televisão e realmente não saber o que fazer.
CREIO: O que piorou com o 2º tremor?
- No Japão a comunidade já está acostumada com os chamados "after-shocks" e o trabalho começou de evacuação da área.
CREIO: Como está sendo feito o trabalho de arrecadação? O que exatamente é arrecadado e quais os lugares específicos para as doações?
- O trabalho é voluntário e estamos contando com a ajuda dos membros da igreja como ponto de informação para o resto da comunidade brasileira, também trabalhamos com outras igrejas amigas para movimentar e arrecadar o maior número possível de itens. Estamos recebendo muitas roupas de frio, agasalhos e cobertores, que são a maior necessidade do momento devido ao frio na região. Também estamos recebendo alimentos não perecíveis e fraldas descartáveis para adultos e crianças, além de água e alimentos instantâneos que não precisam ser levados ao fogo ou cozinhados. Todos os lugares para arrecadação são voluntários, como igrejas e pontos na comunidade brasileira. As prefeituras e outras entidades governamentais não estão recebendo nenhum donativo a não serem recursos financeiros, ou seja, dinheiro para compra de alimentos.
CREIO: Existem pessoas abrigadas na igreja? O senhor acredita que esse número vai aumentar?
- Não existem no momento, porque não estamos exatamente na área afetada, mas estamos dispostos a receber pessoas se assim for necessário.
CREIO: Quais são as maiores dificuldades e preocupações nesse momento?
- A maior dificuldade no momento é chegar à localidade. Não existem rodovias abertas e disponíveis para isso, as estradas estão interditadas e o único acesso é por estradas paralelas que são de difícil acesso. O outro problema é que os tremores continuam na área e as pessoas temem por outro tsunami, mas as autoridades a pouco descartaram essa hipótese. E a última preocupação é a usina nucelar, devido a estar em risco de contaminação ainda.
CREIO: Como tem sido o acesso de vocês à informações? Como a mídia japonesa tem noticiado os acontecimentos?
- O acesso tem sido excelente devido à televisão japonesa estar transmitindo as informações em vários idiomas 24 horas, inclusive em português. E temos informações vindas da embaixada de Tókio e o consulado brasileiro via twitter. Conseguimos comunicação com as prefeituras locais também.
CREIO: Qual a ação dos grupos evangélicos? Como tem sido a comunicação entres esses grupos e quais as principais ações?
- As igrejas na nossa região estão se unindo com o mesmo propósito de arrecadação de donativos e informação para chegarmos ao local. Nesse momento estamos aqui na igreja é 1h da manhã (13 horas aqui no horário de Brasília) esperando cinco caminhões que virão buscar os alimentos. Varias igrejas de varias denominações entraram em contato e deixaram donativos aqui conosco e nós também iremos levar donativos a outra igreja até sexta-feira, 18, para uma próxima leva de donativos ao local. A principal ação é arrecadar donativos somente, devido à dificuldade de acesso ao local.
CREIO: Existem equipes de evangelismo trabalhando?
- Nesse momento estamos restritos as nossas localidades devido à falta de acesso e permissão. Estamos enviando panfletos entre os donativos e esperamos uma entrega em mãos desses panfletos na entrega desses alimentos.
CREIO: Qual a importância do cristianismo nessa hora?
- A importância do Cristianismo nessa hora é única: Solidariedade. Temos que ser os braços e as pernas de Jesus, deixando de lado qualquer hipótese de definir a tragédia com teologias e "achometros" que não levam nenhuma comida a boca de ninguém. Oramos durante o acontecimento e clamamos a Deus por misericórdia e agora é hora de agir, por isso estamos aqui incansáveis até ver esses donativos chegarem até essas pessoas, pois isso também é reino de Deus.
CREIO: Na noite de domingo, 13, aqui no Brasil tivemos a informação de que um reator da usina nuclear de Fukushima explodiu. O que realmente aconteceu e quais as últimas notícias em relação a essa explosão? O que o governo tem passado a vocês em relação a isso?
- Realmente tivemos essa informação, mas o que a televisão japonesa está passando é bem diferente do que tenho ouvido no Brasil e no CNN. O governo disse a pouco tempo que a situação está sob controle e que o núcleo não foi afetado. O porta-voz disse: O edifício do reator explodiu, mas o recinto de segurança não foi danificado. A sala de controle do reator 3 continua operacional"
CREIO: Qual a situação atual? Quais os riscos apresentados?
- Yukio Edano, porta-voz do governo, disse que o trabalho feito para resfriar o reator (que consiste em bombear água do mar para o reator) pode estabilizar a situação, e que o nível de radiação da central nuclear, que fica a 250 quilômetros de Tóquio, é tolerável para humanos.
CREIO: Quais trabalhos estão sendo feitos para evitar as conseqüências possíveis após essa explosão e risco de novos tremores?
- Bom sobre a usina não tenho muita informação, mas o que estamos tentando fazer aqui do nosso lado é arrecadar o máximo de donativos possíveis para que quando o acesso for permitido estaremos dispostos a ir como voluntários ao local para fazer a entrega e também se preciso erguer as mangas e ajudar na reconstrução da cidade.
Fonte: Creio
Missões - Egípcio perde familia e negócio por se converter a Cristo
Um egípcio que deixou o islã para se tornar cristão, e que por isso perdeu sua esposa, seus filhos, e o seu negócio, pode também perder a liberdade, acusado judicialmente de “difamação” ao islã.
Ashraf Thabet, de 45 anos, está sendo processado por difamar uma religião reconhecida, Artigo 98f do Código Penal Egípcio. As acusações se baseiam na busca de Thabet por uma realização espiritual, que durou seis anos, período em que ele expressou suas dúvidas a respeito do islã e revelou às pessoas que estava aprendendo sobre Jesus Cristo. “Não havia relacionamento espiritual entre eu e Deus no islã. Tudo era baseado no medo e na rotina”, ele revelou.
As autoridades religiosas locais, revoltadas com as idéias e os posicionamentos de Thabet (ele conheceu a Cristo através de sites na internet e ficou impressionado com Jesus após assistir ao filme “A Paixão de Cristo”, pedindo, em seguida, uma Bíblia a um amigo), comunicaram o fato ao Serviço de Inteligência e Segurança do Egito, que logo interrogou o “herege” e o indiciou por difamação religiosa.
Se for considerado culpado, Thabet poderá passar cinco anos na prisão. Mas, porque os promotores não têm se apressado para julgar o caso, o cristão vive numa situação de incerteza, sendo alvo de ameaças de morte por parte de pessoas de sua comunidade em Port Said no nordeste do Egito.
Líderes muçulmanos de seu bairro conseguiram convencer à sua esposa de pedir o divórcio e de abandonar o lar, levando consigo a filha de dez anos e o filho de seis do casal.
“Eles deram a ela o dinheiro necessário para entrar com o pedido de divórcio, deram um carro, e até um outro homem para casar”, queixou-se Thabet. “Eu não sei o que pode acontecer. Eles tornaram a vida muito difícil para mim. Não estou podendo recuperar o meu computador. Não estou podendo recuperar nada.”
Fonte: Portas Abertas